sexta-feira, setembro 29, 2006

Quem muito estuda, pouco faz

"Meticulosamente, consegui contar mais de dez entidades publicas envolvidas em cerca de 28 ‘Estudos’, ‘Acções’e ‘Projectos’ realizados sobre a Lagoa de Óbidos desde há 15 anos. No mês passado, ao anunciar o lançamento de um estudo de impacte ambiental, o Ministério do Ambiente decidiu acrescentar mais um número a este vasto lote."

Maria Teresa Goulão in Sol – 16.09.2006

quarta-feira, setembro 27, 2006

El nicho

"onde alguns vêem o "fim" da imprensa de referência, do jornalismo de profundidade, eu vejo exactamente o recomeço. A remodelação do Expresso é, nessa medida, exemplar, porque deixa ao seu concorrente a tarefa de "sujar as mãos" no jornalismo popular e mantém a aparência, ainda que baixe a fasquia. O Expresso deixa vago o degrau imediatamente abaixo, para o Sol, e o degrau acima, para quem quiser chegar-se à frente. (…) Se os anunciantes que procuram a elite de poder, realmente alvo dos seus produtos, perceberem o que se está a passar, está criada a janela de oportunidade para novos jornais, novas revistas - mais exigentes e de grande qualidade, assumidamente dirigidas a quem agora se sente desconfortável com estes formatos de imprensa abrangente e "multipistas". Há nichos de um mercado quesó pode crescer."

Pedro Rolo Duarte in DN – 27.09.2006

Montar um jornal ou uma revista exige um investimento de grande envergadura, veja-se José Saraiva, que conseguiu reunir 5 milhões de euros para o seu"Sol".

Com a mutação acelerada da Comunicação Social, investir na "qualidade" e no seu "nicho" passa a ser tarefa árdua, se não impossível.

As remodelações de parte da nossa imprensa têm todas convergido para um mesmo posto: o do meio, onde estão as audiências que despoletam interesses publicitários.

Vejam-se as "news magazines" Sábado, Focus e Visão. Desde que a Sábado começou a ganhar terreno à Visão, que esta tirou das capas as reportagens dequalidade substituindo-as por temas que dão a vitória à concorrente: a saúde, a família, etc. O mesmo se aplica à Focus, que com uma entrada fulgorosa no mercado - "vimos para a vitória" – não faz mais do que ir sobrevivendo com os temas medianos das adversárias.

Nas revistas dos jornais de fim de semana temos a mesma história. Os mesmos temas, as mesmas capas. Manuela Moura Guedes era o "assunto" de capa da Tabu (Sol) e Luciana Abreu da Única (Expresso) e certamente que a NS do Diário de Notícias e Jornal de Notícias traria uma jovem esbelta, como é seu hábito.

Estamos condenados à mediania.

Nos diários pagos – nem falemos dos gratuitos - ainda resiste esse "nicho de elite". Mas a tentação de conquistar o "meio" é mais que muita. Veja-se o DN de hoje, que aposta o "popstar" Paulo Coelho para a capa.



Onde eu quero chegar é: o que se vende na imprensa actual não é para todos. Há espaços a preencher, espaços que não dão retorno financeiro desejado a empresas de Media.

Continuo há espera de um jornal, ou de um suplemento/revista, que me façacomprá-lo sem antes procurar a capa e os seus conteúdos.

DNa... eterna saudade.

terça-feira, setembro 26, 2006

Os nomes dos furacões que aí vêm

Como é que são dados os nomes aos furacões que assolam o Atlântico? No Expresso da semana passada davam a explicação. Ainda não estão formados, mas já estão batizados.

sábado, setembro 23, 2006

Nova imagem da "face de marte"

1976


2006


Diziam os teoricos mais imaginativos, que as imagens da Nasa sobre este rochedo em Marte, revelavam ser trabalho e prova de inteligência extra-terrena.

Novas imagens vieram nesta semana a público.
Agora, só acredita quem quer.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Compromisso Portugal II

"Na verdade, perpassa por todo o texto a boa aposta em menos mas melhor Estado. Mas, à ideia de menos Estado nas empresas, na Segurança Social, nos serviços públicos, etc., não é contraposta nem uma única ideia sobre a responsabilidade ética, económica ambiental e social de gestores e empresários, afinal os que constituem este movimento, na criação de um país melhor.

O compromisso não diz o que pode fazer por Portugal – mas o que o Estado deve fazer para Portugal ser melhor. E a sociedade civil não pode fazer nada?"

Nicolau Santos in Expresso Economia – 16.09.2006

Que compromisso é este, em que se exige da outra parte e não de nós? Alguns sinónimos de compromisso: comprometimento, promessa, prometimento, combinação, acordo, contrato, convenção, ajuste.

Faço minhas as palavras de Nicolau Santos. A segunda patuscada de iluminados "altos quadros", que querem um rumo melhor para Portugal, é pouco mais do que mais um lobbie de pressão de quem mais tem, e de quem mais quer.

Sem dúvidas, todos concordamos que Portugal não é eficaz e que o seu Estado funciona mal. O ritmo de crescimento de Portugal continua a ser baixo comparado com a Grécia, por exemplo.

O compromisso tem de ser de todos, para todos. Bem fiscalizado, porque promessas e boas vontades resumem-se a conversa e os portugueses já não se deixam embalar.

À massa produtiva deste país, a que faz mover as empresas dos que organizam o "Compromisso Portugal", têm sido pedido sacrifícios na perda de nível de vida, com conhecido método "isto não está fácil - apertem o cinto".

Já todos nos comprometemos por Portugal. Falta é o mais difícil: deixar de pedinchar e trabalhar mais.

terça-feira, setembro 19, 2006

Compromisso Portugal

O Público de quinta-feira passada citava as opiniões de dois representantes da nossa direita instruída e urbana, Basílio Horta e Francisco Van Zeller. Para o primeiro, presidente da Agência Portuguesa para o Investimento, “vamos ter um problema sério” se não pudermos emitir mais dióxido de carbono e se não pudermos construir mais em áreas protegidas. Por pura curiosidade, eu gostaria que emitíssemos dióxido de carbono e construíssemos à vontade, apenas para saber qual seria depois o novo “problema sério” que justificaria então, depois de estragado o país, o atraso económico persistente.

Rui Tavares in Público – 01.07.2006

segunda-feira, setembro 18, 2006

Sol, Expresso e as reviravoltas da imprensa

Numa altura em que a impressa de "rotativa" reduz mês a mês as suas tiragens, é positivo termos um novo semanário em Portugal.

A moda corrente é reagir fazendo "face liftings" aos jornais, isto é, reajustes gráficos. O Diário de Notícias já fez, o Correio da Manhã e Expresso acabaram de fazer e o Público promete novidades em Janeiro. Dizem os puristas, que o que falta aos jornais para se tornarem atractivos será a reportagem, a notícia exclusiva, a opinião diferente. Dizem que mudar o grafismo não vai inverter o desgaste de vendas.

Não vai, mas ajuda. Na era do imediatismo e do curto, arranjado e simples, um jornal já não pode continuar maçudo e cinzentão. Contudo, concordo 100% que é a falta de jornalismo da "notícia de última hora", da reportagem que se torna notícia nos canais de TV e Rádio, do invulgar, que tem levado os acérrimos consumidores "informação-papel" a desistir da compra diária ou semanal. As novas gerações, já estão perdidas nesta guerra... preferem notícias breves da internet.




A guerra dos semanários

Discordo com muita coisa que José Saraiva diz, mas é sem dúvida, o director de jornais do nosso território mais bem preparado. Manteve durante 20 anos o Expresso na liderança do jornalismo de fim-de-semana, e agora apresenta-nos um jornal que revela experiência.

O Sol esgotou. O Expresso também. Comprei os dois.

Em termos de vendas, só depois do Natal é que começaremos a ter uma ideia de como o panorâma ficará. Não tenho por hábito comprar semanários todas as semanas e assim continuará a ser. Ao sabor da maré, isto é, das notícias e das reportagens, decidirei se compro um deles ou nenhum.

Com a morte do DNa do Diário de Notícias, o único suplemente de que era assaz cliente, encontro satisfação na leitura de algumas edições do Courrier Internacional, do Público e da sua revista Pública.

Em relação ao dois semanários, o Sol é realmente um produto novo, com algumas novidades e várias parcenças. É mais leve, dispensa os cadernos do Expresso de Imobiliário, Emprego e a revista cultural, mas tem no caderno principal um recheio extra política a piscar o olho a vastos públicos. Custa 2 euros, lê-se mais rápido e acredito que, tal como o Expresso, irá esforçar-se para marcar a agenda da imprensa com notícias e exclusivos. Gosto. Desgosto, os opinadores serem, na maioria, os mesmos que há mais de 20 anos opinão em tudo o que é lado. Não há jovens portugueses com opinião sensata e sustentada? Um jornal novo que quer ser jovem, tem de ter nomes incógnitos a participar.

O Expresso tem uma imagem nova que me satisfaz. Mais cor, menos letrinhas. Além da imagem, pouco mudou. O jornalismo, os opinadores, as revistas continuam sensivelmente as mesmas.

E aqui chego ao cerne da questão, o jornal da Impresa mudou a imagem mas ficou com o mesmo esqueleto de há 4 anos. O Sol é mais vivo, actual, fresco, diferente, para quem procura a novidade e não se satisfaz com o "mono-jornalismo" que se pratica em toda a imprensa. A crise passa por aí: ouve-se as notícias na TSF, Antena 1 e RR, e só muda a ordem em que é dada; lê-se nos sites da net, com ordem e frases diferentes; vê-se na TV de semelhante forma, quer seja na RTP, SIC, TVI, cabo ou mesmo nas cadeias internacionais.

Venham então projectos de media, que restituam o que fez da imprensa o quarto poder e uma alegria para a nossa vida em sociedade.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Uma Verdade Inconveniente

Al Gore anda muito criativo, agora que as eleições americanas se aproximam.

Não vou ver o documentário em que Al Gore dá voz e em que reage contra a destruição do planeta... qual Michael Jackson em videoclip dos anos 90.

Para mim há só "uma verdade inconveniente": Al Gore foi durante oito anos, o vice-primeiro ministro dos EUA, o principal poluidor do planeta azul. Pouco mudou o mundo e agora queixa-se da sua destruição. Lembre-se que quando Clinton o chamou para número dois, Al Gore era tido como um ambientalista que iria trazer para a política assuntos "verdes".

Só um homem poderá não mudar o mundo, mas pode ajudar. Todos somos capazes de mostrar as consequências, mas ajudar a evitá-las...


quarta-feira, setembro 13, 2006

"Isto" aqui

"Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Creio que não se recomenda, porque nunca se recomenda. Sei que teremos mais dois anos e meio, talvez seis e meio, disto. De socialismo sem cafeína, com um tecnocrata colérico mas reservado. De bloquismo bloqueado, entre o desengravatamento e o aburguesamento. De comunismo igual a sempre, barroco na linguagem maniqueísta a descambar para António Aleixo. De uma direita que não esconde algum contentamento por ver a esquerda fazer o seu trabalho sujo, enquanto se mantém aninhada entre o apagamento de Mendes e as Equipas de Nossa Senhora de Ribeiro e Castro. Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Mas creio que não se recomenda."

Pedro Mexia in DN - 13.07.06

segunda-feira, setembro 11, 2006

O mundo em queda

O mundo mudou. Verdade. É essa perspectiva que programas como "Clube de Jornalistas", "Prós e Contras", e um número maior de programas de estações de TV e Rádio têm estado a abordar os cinco anos que se passaram. É um comportamento autista, simplista que não analisa, mas apenas repete a cassete que responsáveis e pachorrentos tem vindo a passar desde há cinco anos.


Prefiro a abordagem do muito que há ainda para dizer e perceber. Nesse sentido a Dois, fez um excelente trabalho na semana passada. Documentários passaram sobre o que é ser muçulmano hoje em dia, o que é viver numa família de "extremistas", sobre os humanos que encurralados nos andares superiores das torres tiveram de saltar para... o infinito.



Brilhantes perspectivas.

Supreendente foi o documentário Loose Change, a quem dei uma oportunidade. Sendo uma ilustração de uma "teoria da conspiração" sobre os acontecimentos, tomei a decisão de visioná-lo já bem perto do horário de emissão. Acreditando ou não na perspectiva dos autores, está bem trabalhado e tem os argumentos fundamentados com uma enormidade de factos. Quem o vir, ficará com dúvidas sobre as versões oficiais. Pessoalmente continuo a acreditar que foram ataques perpetrados por não-americanos, mas há muita coisa que não bate certo. Um documentário a não perder.

Se em relação ao 11 de Setembro a maioria dos debates é sobre que mudou, prefiro pensar no que não mudou: o sofrimento humano de um ocidental é mais "real" do que de um terreno que habita noutro lado do planeta.

Hoje reviveremos nos media o sofrimento das famílias das vítimas, a "bravura" dos agentes civis, o "profissionalismo" de políticos e governantes americanos. Bem arrumados estão os mesmos sentimentos das famílias de massacrados no Dafur, de dezenas de padecimentos de um naufrágio na Indonésia, das cerca de 100 mortes diárias que aconteceram em Bagdad durante Agosto, dos quase 1000 mortos ocorridos na capital iraquiana a 31/08/2005, ou mesmo dos "bravos" soldados enviados para "restituir" a paz Iraque e que vêm "mudados" fisica e mentalmente. Todos estes factos passam uma vez nos media ocidentais e são arrumados na gaveta.

O mundo Nova Iorquino mudou a 11 de Setembro, outros mudam diáriamente.
Perspectiva jornalística? Um critério de proximidade? Que se mude o jornalismo então, que não se pese o sofrimento humano pela cor da pele, geografia, religião. Só quando nos entendermos é que vamos superar as nossas antipatias.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Abafo dourado



A investigação "Apito Dourado" parece ter chegado à sua fase "Abafo Dourado".
Nas últimas edições do DN têm saído notícias sobre a eventual programação boavisteira abrital, na qual visavam "aconchegar" resultados.

Digo "Abafo Dourado" pois acredito que estamos na fase final de mais um imeeeeeeeeenso caso judicial à portuguesa: após processo de instrução e julgamento à beira do falhanço, auxiliares de justiça / advogados / whatever, dão à imprensa informações dispersas. É a sua forma de fazer justiça "não ganhamos no tribunal, ganhamos o coração dos portugueses graças ao chavascal feito na imprensa".

Mas não ajuda . Continuamos assim no círculo vicioso do boato, do escandalo, do "eu bem sabia, eles são todos uns corruptos". Sobretudo, não se prova nada. Que justiça temos afinal?

terça-feira, setembro 05, 2006

Portugueses dominam top de vendas

Pulo de alegria ao saber que o top nacional de vendas de música desta semana está repleto de sons portugueses.

Tudo pessoal conhecido pelos caminhos novos que têm criado para os sons desta terra com mais de 800 anos de vida em comum. São eles: FF, Paulo Gonzo, D'zrt, Floribella, Mickael Carreira... esse Cristiano Ronaldo da nossa música.



Lopes-Graça, rói-se de inveja no túmulo.

domingo, setembro 03, 2006

O preço certo

Bela sugestão a do blog A Trompa.

Quem dê com discos portugueses à venda a preços dignos, decentes e justos (a menos de 10 euros) por favor reporte a ocorrência aos concidadãos.

Escrevam no forum o respectivo local e preço onde se poderão encontrar.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Atingir o estrelato

Cada vez mais me convenço que para se ser famoso não basta aparecer frente às câmaras.

Haley Joel Osment, o"puto" do Sexto Sentido, já com 18 anos enfrenta possível prisão por posse de marijuana. Por outro lado Tom Chaplin, vocalista de Keane, precisa de reabilitação pois não consegue dominar o consumo de substâncias "viciantes".

São jovens que como outros da sua idade, estão há muito avisados dos resultados que podem obter com o consumo de droga. São exemplos para muitos que consomem os seus trabalhos, são adorados, conhecem muita gente. O que leva-os a precisar destes "aditivos"?