quinta-feira, agosto 25, 2005

And now, for something completely different...

... blogs!

Não me tinha ainda debruçado sobre o ofício "blogs". Desprezo o comentário narcisista que o blogueiro faz da sua acção. O tal que defende esse meio como coisa mais bela e essencial coisa à face do planeta. Não o é, mas não deixa de ser uma forma substancial de comunicar.

Para mim é uma forma de guardar, datando, as reflexões que faço do mundo, português essencialmente. Faço-o sobretudo de forma egoísta. De mim para mim, como dizia o menino Nelito. Ter ou não receptores, é secundário.

Podem bem ser capítulos datados que a prazo deixam de fazer sentido e que convem, aos seus criadores, fechar. Compreendo assim a extinção de alguns blogs, extinção que, para "analistas" desta forma de comunicação, é sinal de crise na nacional blogoesfera (que nome horrível). Encaro o fim do Fora do Mundo, Aviz, Barnabé e outros que não conheço como um natural curso da vida.

Quantidade não é qualidade, contudo analisam-se usualmente os blogs portugueses ora pelos número sde visitas e de existência, ora pelos autores conceituados - conhecidos, diga-se - que reúnem. Desde o fim do Barnabé, várias reportagens dos média convencionais apontam para a crise que a sociedade blogueira nacional. Recordam a extinção de blogs políticos e o decrescer da quantidade de blogs escritos por portugueses.

Por um lado elogiam-se os blogs pelo lado da pluridade, por outro referênciam-se constantemente 5 a 10 blogs, como se representassem o todo ou resumissem as suas caracteristicas. Veja-se a reportagem de Paulo Querido na última revista Única do Expresso. Não, a blogoesfera nacional não é demasiado politiqueira. Se forem contabilizar e qualificar os blogs nacionais terão, provavelmente, como maioria os blogs/diários.

Não observo crise. Constato felizmente que os blogs têm trazido mais reflexão sobre a nossa sociedade. Levaram a renovação possível a alguns média - os que deixaram - com a oportunidade que foi dada a alguns opinadores blogueiros a colaborar em jornais. Veja-se Pedro Mexia. Actualmente Portugal é o lugar no qual não se dá oportunidades a novas gerações e em que não se estimula o espírito crítico... e os blogs são uma forma de afirmação e de reflexão.

A Internet poderá ter defeitos, mas tem por vantagem o facto de não poder - até agora - ser dominada por uma opinião comum, jornaleira, politiqueira. Quem desejar expressa-se, quem procurar lê as multiplas opiniões que são escritas diariamente em... blogs, páginas, forums.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tremenda, na verdade, a necessidade de teorizar sobre a "ordem natural das coisas". Você diz: «ter ou não receptores, é secundário». E eu aplaudo-lhe daqui o viço da reflexão. É assim escrever, sim. Quando algo urge. Quando algo importa.

Fica Um Abraço Meu.