quarta-feira, maio 31, 2006

O sexo dos velhos

"Existe um poeta que já faleceu, Paulo Leminski, que dizia uma coisa muito interessante acerca do poder. Ele dizia que o poder é o sexo do velhos"

Lenine, cantautor, in DNa – 08.12.2005


terça-feira, maio 30, 2006

Festa do livro

"um livro não está completo, assim como uma partitura musical não está completa se não for tocada e ouvida, transmitida. Um livro também não está completo enquanto não for lido. Por isso dá um grande prazer a gente ouvir a opinião de alguém que leu um livro nosso"

Urbano Tavares Rodrigues in DNa 25.11.2005

segunda-feira, maio 29, 2006

Abram alas para o ...



... Presidente Cavaco, pois hoje inicia a sua primeira iniciativa de contacto com o povão.

Será sobre uma sua mui recente paixão: o combate à exclusão social.

É curioso, mas é verdade. Há pessoas que parecem como o vinho do porto: quanto mais anos passam, melhor ficam. Se não, pensemos. Nos anos 80/90 a política de modernização do país, liderada por Cavaco Silva, criou destabilização e exclusão da sociedade portuguesa.

Felizmente que agora temos como presidente um iluminado que se preocupa com um dos pilares principais das constituições democráticas: combater a desigualdade e discriminação. Pena é que quando teve num cargo em que poderia fazer alguma coisa, tinha dinheiro e acesso às linhas de políticas que movem o país, não o fez.

Agora, paga em sorrisos ou mesmo em miminhos? Combate a desigualdade com um "sinto muito, aguente-se, tenha paciência"?

sábado, maio 27, 2006

O cinema português não vende. Percebam porquê hoje na Dois.

Pelas 23.00 passa Adriana no canal A Dois. Leia-se como este filme tem mais de exercício egocêntrico do realizador do que de produto (também) realizado para o público português.

"Numa ilha remota onde se instalou o luto, um homem decreta que nunca mais haverá sexo nem filhos. A ilha vai ficando deserta e ele decide enviar a sua filha, Adriana, para o continente para constituir família. Adriana começa então uma busca de um homem que a faça procriar e garantir a descendência da ilha."

Com realizadores que andam a brincar aos filmes, menos pessoas afluiram a salas para ver produção nacional. Com menos fundos, menos filmes se realizarão.

sexta-feira, maio 26, 2006

São sempre animados os congressos do CDS. Desta vez, a um presidente inexistente opunha-se um grupo de meninos da linha. A troca de ideias tinha a finura de uma contenda no Bolhão. João Almeira, que mantém sempre aquela invejável jovialidade de quem não ocupa excessivamente a cabeça, lia o discurso de oposição. Como, Pinóquio, Almeida quer vir a ser, um dia, um «menino de verdade».


Daniel Oliveira in Expresso - 13.05.2006

quarta-feira, maio 24, 2006

Dimensão light

Falta a Sócrates a dimensão humana e a cultura - incluindo a democrática - de Guterres.

Raul Vaz in DN - 21.04.2006

terça-feira, maio 23, 2006

Let it burn!

Recentemente veio a debate se se devia ou não conter as imagens de incêndios na informação televisiva. Sob a prática de alguns países, estima-se que se evitar o abuso de imagens de incêndios e de reportagens que chegam a ocupar 70% de um serviço noticioso, poderá evitar que possiveis incendiários passem à acção.

Segundo o DN, não há consenso nos orgãos de comunicação. RTP aprova, SIC e TVI não.

É ideia de certa imprensa, privada, que têm de cobrir tudo pois os portugueses têm direito a saber o que se passa. Se informar é muito desejável, abusar é o quê?
Noutro dia, este foi o tema do Forum TSF. Pessoas indignadas diziam que os fogos não deviam sair do prime time, pois as pessoas precisavam de verem denunciadas certas e determinadas situações, por serem ignoradas pelo poder político.

Mas alguém acredita hoje em dia que é o jornalismo que as resolverá ao as expor? Alguém acredita que este abuso de imagens horríveis é uma função realizada beneméritamente de um quarto poder? Alguém duvida que o facto de povoar hora e meia de telejornal com 50 minutos de pessoas a chorar e chamas a passar, num país em que acontecem imensas coisas (boas e más) num dia-a-dia é sobretudo um acto de luta pelo "share" de audiência e respectiva publicidade?

Bato na mesma tecla de sempre: temos telejornais extensos em demasia, temos a obrigação de os reduzir ao essencial.

Acho muito bem que se informem dos fogos que ocorrem, mas numa reportagem de 30 segundos pode-se muito bem reduzir o caso: onde foi, onde e quando começou, porque tomou as dimensões que tomou, etc.

segunda-feira, maio 22, 2006

Anjos e demónios

Diz o provérbio que " O tempo é o descobridor de todas as coisas".
Não foram precisos anos, nem meses para se começar a talhar a vivência de Francisco Adam e os porquês da sua morte.

O português que fez vender mais revistas e jornais nos últimos tempos, afinal não era tão puro como todos pensavam que fosse quando foi enterrado. Consumira cocaína antes de o seu carro rodopiar na estrada de madrugada. Resultado: duas mortes, uma nação emocionada.

Uma coisa é a imagem que os meios audiovisuais vendem de um actor, outra é a vivência e fraqueza dos mesmos que é mantida fora do braseiro. Para os fãs, ficou anjo. Se anjo na terra fosse, não tinha caído nos maus caminhos que o victimaram.

domingo, maio 21, 2006

O homem invisível

"Na escola passava a imagem de que era o tipo mais neutro e desinteressante à face da terra. Queria ser invisível"

Nuno Markl in DNa - 02.12.2005

sexta-feira, maio 19, 2006

Uma série para rir... na peugada do Gato Fedorento


Aqui Não Há Quem Viva, a sitcom que a SIC estreia hoje no horário nobre (22.15), concorrendo com o Gato Fedorento, à mesma hora, na RTP1.

(...)

Aqui Não Há Quem Viva assume-se como uma série para rir, protagonizada, entre outros, por Nicolau Breyner, Rosa Lobato de Faria, Maria João Abreu, Soraia Chaves, Diogo Morgado e Natalina José, e pensada para reflectir a vida da maioria dos portugueses. Dos espanhóis também, uma vez que foi adaptada de uma série de grande sucesso no país vizinho.

in DN - 19.05.2006

Adaptada de Espanha? Está tudo dito, então. Eis a concorrer com a série de humor mais portuguesa dos últimos anos, um enlatado lá de fora. Sucessos!

A diferença entre um acusado e um não acusado

Manuel Maria Carrilho deu cabo da minha auto-estima: escreveu um livro de 208 páginas a dizer mal dos jornalistas e deixou-me de fora. Comprei Sob o Signo da Verdade no dia em que foi lançado, analisei-o com dedicação de filatelista, esperei ansiosamente por algum parágrafo mais esconso onde emergisse o meu nome. Nada. Tudo em vão. Nem um pequeno impropério, nem um adjectivo violento, nem um comentário agressivo sobre a minha pessoa. Onde é que eu falhei?

João Miguel Tavares in DN - 19.05.2006



Como o país não é civilizado e eu não sou dado à violência física, resta-me escrever e publicar aqui o que diria ao dr. Carrilho se acaso o encontrasse neste instante na rua: "E se o sr. fosse à merda mais as suas invenções delirantes e perseguições disparatadas?" Melhor e mais simplesmente dito: "Porque raio não se enxerga, dr. Carrilho?"

Pedro Rolo Duarte in DN - 17.05.2006

quinta-feira, maio 18, 2006

Manif animalesca

A temporada da tourada abre em Lisboa, com o regresso do palco Campo Pequeno. A temporada da manifestação também e com espectativas arrojadas: No dia 18 de Maio, às 20h, junte-se à ANIMAL na mais importante manifestação anti-touradas do ano.

Depois do apregoado maior concerto do ano - Rock in Rio - fico satisfeito por Portugal ser palco da manif de grande nível.

Depois de meses de pressão premiados - a ridicularização do Circo das Celebridades, já de si ridículo - a associação animal tem já actividades pensadas para as semanas seguintes.

Fonte bem informada disse-nos que as próximas campanhas envolverão manifestações frente à Tasquinha "Zé dos Caracóis", num protesto contra a vil tortura e morte atrós dos simpáticos animaizinhos de casca; bem como uma manif frente à Marisqueira "O Manel" na qual defenderão os direitos de ameijoas, cadelinhas e outros bivalves que todos os dias sofrem de stress horrível e que têm uma morte pouco digna.

terça-feira, maio 16, 2006

Andar às voltas

"Se em 2005 terminávamos a três voltas do vencedor, agora chegamos ao fim a só uma volta."

Tiago Monteiro in Expresso - 13.05.2006

segunda-feira, maio 15, 2006

Prós e Prós



"Aquele não foi um programa de prós e contras mas de prós e prós"

Foi com esta afirmação, que o líder do partido de extrema-direita PNR, Jorge Pinto Coelho, falou sobre o programa de Fátima Campos Ferreira.
Aparentemente, o programa já estava produzido, convidados alinhados, inclusivé a plateia estava esgotada. Uma opinião (muito) diferentesobre os emigrantes brasileiros de Vila de Rei, não poderia ser dade.

Curiosamente, reacções semelhantes foram proferidas por trabalhadores do grupo Portugal Telecom. Quando foi debatida a OPA-Sonae, dos seis elementos em estúdio apenas um manifestou reservas à acção do grupo liderado por Belmiro de Azevedo. Tratava-se do Dr. Murteira Nabo. Os espectadores que trabalhavam pela PT, viam no debate meia dúzia de filósofos de economia, e nenhum profissional de telecomunicações. Imaginem o que é falarem do vosso trabalho, sem nunca antes terem-se relacionado com ele.

Afinal, que profissionalismo é este? Um programa de debate sobre a sociedade civil, com uma maioria de argumentos afáveis e conexos ainda por cima com um nome de "Prós e Contras"? Num país de falinhas mansas, em que seria necessário uma imprensa sem medos e capaz de chamar à capa assuntos que se querem esconder, faz-se despique, entrevista, como se trata-se de uma conversa afável da Ana Sousa Dias.

Venham novos profissionais, venha a irreverência da juventude e a sapiência de quem quer mostrar outros lados do mundo. Renovação é possível e desejável.

domingo, maio 14, 2006

Imprensa cor-de-rosa

Se quererem dizer que estou depimida e com má cara, publicam uma foto em que estou de cabeça baixa, a olhar para o telemóvel, por exemplo.
in Público - 22.04.2006

Clara de Sousa in Público - 22.04.2006

sábado, maio 13, 2006

sexta-feira, maio 12, 2006

O termo "snob" provém do costume de os colégios de Oxford e Cambrige escreverem a palavra "sine nobilitare", ou a abreviatura "s.nob", por debaixo dos nomes dos estudantes, que, ao apresentarem-se a exame, não usufruiam do estatuto de nobre.

Maria Filomema Mónica in Pública - 26.02.2006

quarta-feira, maio 10, 2006

Sabe Deus...

"Perdemos todos os dias em média 50 a 60 pessoas em todo o país, se não mais - se isto não é uma guerra civil, então Deus sabe o que é uma guerra civil"

Iyad Allawi (lider do primeiro governo de transição iraquiano) in BBC - 19.03.2006

terça-feira, maio 09, 2006

Ser do contra

"feito o balanço ainda penso que o mundo e o Iraque estão melhor sem Saddam Hussein do que se ele tivesse continuado a ser o senhor de Bagdad"

José Manuel Fernandes in Público - 20.03.2006

segunda-feira, maio 08, 2006

If you are happy, clap your hands

Zacarias Moussaoui, co-responsável menor dos atentados de 11 de Setembro, foi condenado a prisão perpétua.

Segundo alguma imprensa, o acusado de terroristo gritou "America, perdeste. Eu ganhei”, aquando da finalização da leitura da pena.

Ganhou o quê? Ganhou meia vida (décadas) de tortura mental e física; ou uma morte horrivel na prisão.

Vejamos. Para quem acredita que Deus o reconpensará com delicias e virgens, será uma tortura os dias, meses, anos que ficará longe delas. A pena de morte, era um bilhete de ida para o seu paraíso.

Para quem acredita que venceu alguma coisa com a pena de perpétua, já foram indicadas as condições em que Moussaoui vai viver:

- estará perto dos 400 prisioneiros mais perigosos dos EUA;
- viverá 23h diárias na sela de 7 metros por 3 metros;
- a sela tem loiça em betão;
- tem acesso a televisão a preto e branco:
- nunca mais vai poder falar jamais para fora da prisão;

Que finesse, ó Zacarias! De terrorista incompetente abandonado pelos seus pares, será agora um mono há espera do segundo em que o seu coração parar. Até lá, horas penosas.

Moussaoui provou ter personalidade de puto da primária ou de velho ou de doente mental. Irritante, imbirrante, cheio de ideias, para si brilhantes, mas recusadas por todos. Que diz que todo o mal lhe dá alegria, e não problemas.

Assim, prova-se que a pena perpétua é mais penalizadora do que a pena máxima. Famílias choraram quando Moussaoui "safou-se" à pena de morte. Matar Zacarias Moussaoui era um alívio para algumas famílias mas um prémio para ele. Condená-lo a passar o resto dos seus dias em condições como as fornecidas pela prisão do Colorado, é justiça para quem não se arrepende de defender actos bárbaros perante seus pares humanos.

Zacarias Moussaoui, uma longa vida para si. Cheia de vitórias como esta.

domingo, maio 07, 2006

Por favor, não dance

Provavelmente, estou errado, mas para mim o fado é uma das poucas músicas populares urbanas de tradição oral que não é dançavel, que não apela à festa, sendo que a pior coisa que podem fazer a um fadista como a Aldina Duarte é cantarem em uníssono e desatarem a bater palminhas.

João Monge in Actual - 20.01.2006

sábado, maio 06, 2006

Artes de palco

"Eu sou míope: então, quando eu estou no palco, eu estou sem óculos. Para mim é um borrão gigantesco, é uma multidão. Pode ter oito pessoas ou oito mil, para mim é a mesma coisa."

Lenine, cantautor, in DNa - 08.12.2005

sexta-feira, maio 05, 2006

Agora aguentem-se



"Agora, eis onde estamos: não se pode ameaçar o Irão com sanções diplomáticas porque isso não lhes diz nada; não se pode ameaçá-los com sanções económicas porque eles responder com o petróleo; não se pode ameaçá-los com o uso da força porque ela teria de ser tamanha e, mesmo assim, de desfecho tão incerto, que não há coragem politica nem clima na opinião pública para o fazer."

Miguel Sousa Tavares in Expresso - 20.01.2006

quinta-feira, maio 04, 2006

Ser humano

"Se aprendermos a viver com o horror, encontramos um sentido prático para a vida. O ser humano é um filho da puta. Assumamos esta realizade e aprendamos a viver com ela. Os meus romances são manuais de sobrevivência."

Arturo Pérez-Reverte in Mil-Folhas - 04.03.2006

quarta-feira, maio 03, 2006

"O PS não é um partido de fazedores. Em regra, quando o PS é governo, inibe o desenvolvimento social. Não habilita saltos efectivos. Relativamente ao póprio Estado, o PSD tem uma lógica de redução do peso do Estado. Mas, atenção, redução não quer dizer diminuição das funções sociais. Porque há muito a tentação de confundir as duas coisas"

Paula Teixeira da Cruz in DN - 16.12.2005

terça-feira, maio 02, 2006

Assunto nuclear

Na Europa, as centrais nucleares vão cedendo lugar a "alternativas". Espanha fechou Zorita.

Após 20 anos de dormência, volta-se a falar novamente o sonho nuclear português. Chegamos sempre atrasados...

Valerá a pena construir uma central nuclear que apenas ceda 3,5% do consumo de electricidade do país? Valerá construi-la para, após 50 anos de trabalho, deixar resíduos que perduraram durante centenas de anos?

Começo a ter ideias mais claras no que concerne ao nuclear. Há uma grave crise energética, alimentada por quem lucra mais com ela, mas também há alternativas energéticas que um estado burocrático como o português tem impedido um maior investimento e crescimento. Há ideias, há dinheiro, mas há papelada e concursos que chegam a levar 7 anos para conceder a instalação de parques de energias renováveis.

segunda-feira, maio 01, 2006



Esqueçam o mito do cinema português "difícil" e "cifrado". Quando o dinheiro sai do próprio bolso ficamos logo mais comunicativos.

João Miguel Tavares in DN - 20.01.2006