Recentemente veio a debate se se devia ou não conter as imagens de incêndios na informação televisiva. Sob a prática de alguns países, estima-se que se evitar o abuso de imagens de incêndios e de reportagens que chegam a ocupar 70% de um serviço noticioso, poderá evitar que possiveis incendiários passem à acção.
Segundo o DN, não há consenso nos orgãos de comunicação. RTP aprova, SIC e TVI não.
É ideia de certa imprensa, privada, que têm de cobrir tudo pois os portugueses têm direito a saber o que se passa. Se informar é muito desejável, abusar é o quê?
Noutro dia, este foi o tema do Forum TSF. Pessoas indignadas diziam que os fogos não deviam sair do prime time, pois as pessoas precisavam de verem denunciadas certas e determinadas situações, por serem ignoradas pelo poder político.
Mas alguém acredita hoje em dia que é o jornalismo que as resolverá ao as expor? Alguém acredita que este abuso de imagens horríveis é uma função realizada beneméritamente de um quarto poder? Alguém duvida que o facto de povoar hora e meia de telejornal com 50 minutos de pessoas a chorar e chamas a passar, num país em que acontecem imensas coisas (boas e más) num dia-a-dia é sobretudo um acto de luta pelo "share" de audiência e respectiva publicidade?
Bato na mesma tecla de sempre: temos telejornais extensos em demasia, temos a obrigação de os reduzir ao essencial.
Acho muito bem que se informem dos fogos que ocorrem, mas numa reportagem de 30 segundos pode-se muito bem reduzir o caso: onde foi, onde e quando começou, porque tomou as dimensões que tomou, etc.
terça-feira, maio 23, 2006
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