quinta-feira, abril 12, 2007

O Portugal de... Francisco Pinto Balsemão

"duvidoso pedir aos portugueses para continuarem a sustentar um canal generalista igual
aos outros
"

Quem anda à chuva molha-se e o canal 1 da RTP, da forma como programa as suas emissões, está agora exposto a críticas "endinheiradas" encobertas por partidos.

A frase proferida por Agostinho Branquinho do PSD, tem um fundo de razão: a RTP disputa audiências e acrescenta pouco mais aos produtos da TVI e SIC generalistas. Para quê então ter um canal público que resume a sua oferta a concursos, "ficção nacional" (novelas), informação, debates com intervenientes e jornalistas fracos e politizados, opinião de dois carolas... políticos, "talk shows" de manhã e tarde?

Valorizo a informação, gato fedorento, "Cuidado com a Língua" e o programa do provedor. De resto, onde está a audácia, a qualidade o serviço público de uma BBC, por exemplo? As séries de época britânicas resumem-se a poucos episódios. Cambridge Spies teve 4 episódios, Casa Sombria tem 8 e qualquer série de 12 episódios da HBO é sumo, não é encher chouriços como são os casos dos "portuguesíssimos" Paixões Proibidas e Código Sintra.

É óbvio que sou contra a privatização da RTP, se o Sr. Balsemão se sente mal com a concorrência do bom trabalho "comercial" de Nuno Santos, só tem que compreender o mercado e servir melhor os clientes. A estupidificação que a SIC e a TVI fazem, estão para além dos acordos que celebraram com o Estado há uma década atrás.

Acho que o positivo trabalho comercial de Nuno Santos ao leme da RTP, só tem razão de existir se for permitido aos portugueses conquistados por concursos e novelas, que vejam e formatos novos, actuais e inovadores. O que faz um programa como "O Meu Bairro" na RTP 2? Há semanas passaram documentários excelentes com raizes em Portugal no segundo canal... às 23h30, quando bem podiam passar às 21h na RTP1.

A RTP não pode ser só um canal de diversão. Tem de ensinar, mostrar, fazer pensar às horas certas se não habilita-se a ser vendida pois a mediocre mente de empresários concorrentes a encara como ameaça. E bem fácil é, o governo desenvencilhar-se de empresas que a dada altura (rosa ou laranja) acha um fardo. Tudo, em nome de todos nós.

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