quarta-feira, janeiro 06, 2010

A moda de dizer mal de quem diz "mal"

Noto que há um mês para cá, a "velha guarda" da opinião (dos jornais aos "twitters") se insurge contra os que "dizem mal a torto e a direito".

Após ano e meio a ignorar/gozar/pactuar com Medina Carreira, o programa "Plano Inclinado" causa-lhes incómodo. Afinal, a sua visão da República era tão pura e produtiva, porque é que tinham de vir agora "três estarolas" a apresentar o fim de Portugal e do mundo num canal de cabo?

Acomodamo-nos tão bem á realidade e é só por via de um ou outro "maluco" que acordamos. Marinho Pinto faz falta, Medina Carreira faz falta, uma tragédia como o 11 de Setembro ou maremoto asiático também para nos acordarem da calmaria "real". Vivemos num sonho, numa estagnação e o Plano Inclinado faz-nos pensar.

Os que criticam o catastrofismo de Medina Carreira, João Duque e Nuno Crato são os mesmos que desligam a televisão quando eles apresentam propostas. É complicado dizer sim a uma proposta como "parar os aumentos de ordenados durante anos" para fazer face ao endividamento, mas ela foi dada no programa. Chamam-se os bois pelos números, quantidade e fachada em que "queremos" viver. Um país de estatísticas, estatísticas, estatísticas... qualidade, mérito e inovação muito pouco.

O défice já foi paixão e será no futuro. Quando o PS largar em festa o governo, alguém terá de penar pelo país e propor sacrifícios. Provavelmente o PSD. Como não é irreal o cenário que se pinta, o próprio presidente falou na sua mensagem de ano-novo este problema.

Está tudo ok, não está? Então continuem a pensar "it's just a fase" e que os que dizem "mal" fazem-no gratuitamente por marketing de exposição pública.

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