True Blood, a série HBO mais vista desde os Sopranos, vai ser emitida pela RTP à 1h06 de terça-feira. Ou seja, um dos melhores pedaços de ficção televisiva do momento é relegado para um horário em que a maioria da população está a dormir. Os vampíros estão acordados, será que a TV pensou apenas neles?
Em vez de premiar a série passando-a pelas 23h00 (tem cenas "picantes") no canal dois, a RTP tem uma ideia honrosa e uma práxis errada: chama ao primeiro canal as séries de excelência para as emitir em horários não recomendáveis. Ou seja, as melhores séries são prejudicadas num melhor canal e produções menos interessantes (Supernatural, Erva, O Mentalista, etc) passam pelas 22h40 para um público fiel. True Blood não é um caso único, a segunda "vaga" de Californication teve "honras" de RTP1 pós meia-noite.
Podem alegar explicações como: True Blood já foi transmitida no cabo; os mais sedentos já a viram na internet; hoje em dia as pessoas gravam as séries e vêem a que horas desejarem. Mas nenhuma delas justifica prejudicarem a série desta forma pois, no fim, continuam a haver pessoas que não a viram ou cabo ou net, não têm possibilidade de a gravar, etc.
Concluo com um pensamento sobre a RTP. Tenho lido vários artigos de opinião que dizem "a rtp não sabe o que quer fazer do seu canal 1". Eu penso o contrário, têm um objectivo claro: ter tantas audiências como a SIC apresentando mais variedade. Fazem-no com info-tainment, informação, concursos e um pouco de ficção. De tarde e manhã temos programas de conversa, como as privadas, que se "justificam" divulgando personagens "portuguesas". À noite, 1 hora e meia de informação, como muito se passasse no país, concursos até perto das 23h e depois filmes ou séries de humor.
O verdadeiro serviço público reside na variedade e ensino, embora criticado por muitos, da RTP2. Começo a concordar com Paulo Portas que, há coisa de três anos, fazia valer que só um canal bastava. A RTP2 é essencial, o "serviço" da RTP1 repete quantas vezes o da SIC e TVI, repete formulas de entretenimento e penaliza a qualidade, como é o caso de True Blood.
segunda-feira, janeiro 04, 2010
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