O jornalismo hoje em dia tem muito de alarmante. Sustos para aqui, sustos para ali. Ideias lançadas, absolutas e convictas.
Domingo passado a RTP e a Antena 1 afirmavam:
Pandemia em Portugal deverá matar mais 50 por cento que o previsto
Mas quem é o irresponsável permite que se grite à boca cheia tal frase? Um estudo é um estudo, não é facto consumado. Previsões? Saberá o clarividente jornalista que escolheu dar enfase a este "facto", que desde 1997 que não se fala noutra coisa do que em pandemias aviárias, mas que não vitimaram mais de 200 e tal pessoas? Os cenários foram sempre os piores. Para tristezas bastam-nos as novelas!
Outra daquelas afirmações generalistas, vi da boca de um jornalista da SIC um dia antes. Dizia ele que "este ano não vai haver seca em Portugal". Afirmava-o peremptóriamente. Ela foi extrema, chegou a ser severa e agora era fraca. O jornalista terá poderes mediunicos que lhe permita afirmar que populações do interior não irão sofrer com falta de água em Agosto? Existem estudos sim, e os factos apontam para que este ano até tenhamos uma situação normal mas daí a afirmar certezas absolutas vai um passo enorme.
Gostava de ter gravado a afirmação do pivot da SIC para, em pleno Verão e em fruição delirante
da articulação dos termos "seca severa-extrema-fraca" lhe poder mostrar o que em Março convictamente afirmou.
É este o estado do quarto poder em Portugal. Discursos absolutos e alarmistas e sobretudo uma agenda noticiosa semelhante em praticamente todos os orgãos de comunicação social nacionais. Vocês querem ver que no nosso país não se passa nada?
Honra feita à comunicação regional, que nos mostra outros contextos.
quinta-feira, abril 13, 2006
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