sábado, abril 29, 2006

Revolução no meio áudio, já!

Na semana passada, o farol das grandes empresas de rádio deu o seu sinal trimestral. Para uns brilhou, para outros alertou ou ofuscou caminho.

O cansaço do público começa a ser visível para as rádios do Grupo Renascença. RFM, a playlist mais enfadonha do universo, e uma RR colada à RFM mas com mais informação, estão em vias de perder anos de hegemonia. Repararam já que a RR deixou de lado a música portuguesa, trocando-a por maciças passagens de Shania Twain e companhia? Na teoria, estavam certos: havia que modernizar a playlist pois os novos públicos "comem" bem a sopinha da RFM. Mas agora começa-se a ver que afinal os ouvintes apreciavam na RR a variedade, os programas de autor, a música portuguesa, as caras.

Felizmente, o trabalho dos directores que são amantes de rádio, foi premiado com subidas. Falo de Ant3, Ant1, Rádio Comercial, RCP.

Falta criatividade na rádio actual. Fica-se pelo óbvio e (muito) rentável. "Ora deixa cá meter uma musiquinha de top 10 que é nos garante a liderança nas filas de trânsito".

A rádio também é informação, palco de descoberta, afirmação de identidades, etc. Portugal precisa de melhores produtos e mais variedade. As produtoras que não conseguirem actualizar-se vão sofrer como as televisões generalistas. Estas, todos os meses perdem clientes para os canais do cabo. Da rádio não perderam para o cabo, mas os podcasts nacionais ou estrangeiros vão fazer mossa com a generalização do suporte digital a todos os sistemas de audição de áudio.

Eu, fã de podcasts me confesso. Faço a minha própria rádio enquanto as pessoas que completam a sala em que trabalho escutam com agrado (ou será passividade e medo de música que ainda não trauteiam?) escutam a RFM 8 horas por dia.


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