Hoje comemora-se o dia Mundial da Música. Decido celebrar a criatividade da música nacional, passando em revista o CD daquela que é, para mim, a banda mais portuguesa de Portugal: Gaiteiros de Lisboa.
Gaiteiros de Lisboa
"Sátiro"
CD BMG 2006
Têm já mais de uma década de trabalho e de desilusões, mas provam que estão para dar e durar porque gostam do que fazem e têm orelhas que apreciam o que "sopram". "Sátiro" foi gravado e, antes de ser editado, andou não sei quantos meses pelas colinas de Lisboa a errar. Ninguém queria lançar um bicho destes.
Gaiteiros de Lisboa mostram-nos com a sua música, a alma de um passado rural e citadino de séculos anteriores, mas também um espírito juvenil e criativo. Letras são do mais português que pode haver: a ruralidade, o satirismo, as tradições, a inconstância dos sentimentos. A música reúne o ritmo português, tambores em percussões variadas, tendo na parte "cantante" as gaitas de foles, a voz, bem como outros instrumentos de sopro como são os casos de clarinetes, saxofones e flauta.
"Sátiro", albúm editado a meio de 2006, mostra uns Gaiteiros de Lisboa plenos de vitalidade. Reafirmando, o seu som tem as características de um Portugal passado a pensar o presente e a refundar o futuro. Em certas "gaitadas" parece estarmos a ouvir jazz de fusão ou música clássica, noutras cremos estar no campo entre sonoridades da ceifa. São vários os temas de raiz popular que os Gaiteiros de Lisboa foram buscar desta vez: "Ai de mim tanta laranja", "As freiras de Santa Clara" e "Se fores ao mar pescar".
O urbano também marca com faixas como a de homenagem "Movimento Perpétuo" a Carlos Paredes ou com o "Os Versos Que te Fiz" cantado pela fadista Mafalda Arnauth.
Uma vez mais digo, a música portuguesa não morre enquanto houver quem goste de fazer de a ouvir. E quem fala em Gaiteiros de Lisboa, fala em muitos mais...
domingo, outubro 01, 2006
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