As reconversões...
Nos últimos meses variados meios da imprensa têm renovado o "layout" das suas páginas e mesmo os conteúdos. Tem sido uma boa medida, pois os tempos actuais são de leitura rápida e de muita cor.
O Expresso mudou, e mudou bem. Prova é que, com ou sem DVDs, lidera a venda semanários e, sobretudo, os seus textos fazem agenda de outros meios de comunicação. O caderno de economia e a revista Actual, não têm rivais.
A Visão mudou. Sinceramente, prefiro o visual anterior da revista, no entanto há algo de positivo nestas duas últimas edições: a boa reportagem, o querer apresentar a notícia diferente deste mundo complexo. Se, passada esta bolsa de ar dos DVD grátis, voltarem à lógica da concorrência, que faz capas para novas curas de doenças, a saúde, temas generalistas light que por vezes se assemelham à revista Super Interessante, perdem em mim um leitor... novamente.
O Público. A reconversão visual e mesmo o baralhar de conteúdos pelo jornal a dentro foram bem proporcionados. O jornal agora é mais actual e fácil de ler, e não tem impar na relação que tem com a internet. DN, CM, JN, vivem para a internet como uma empresa a vivia há 6 anos atrás. O futuro dos média será o digital e o Público está bem colocado na corrida pela sobrevivência.
O que no Público melhorou, fê-lo piorar de forma a perder em mim um semanal interessado. O Inimigo Público acabou, a Ipsilon é mais do mesmo - perde para a Actual e para a 6ª - e a Pública tornou-se revista de dona de casa. Procurava a Pública pela reportagem - escorraçada da Grande Reportagem, do DNa e "afamiliarizada" na Domingo Magazine. Agora a Pública raramente tem reportagem do que anormal acontece, passou a ser mais uma revista banal de "gaja" artista na capa, para homem apreciar, e mulher ir lendo. Resta-me a Visão e Única pois sou um leitor de conteúdos semanários... ao longo da semana.
... e os novos Públicos
Com as tiragens a diminuir, os jornais continuam na expectativa de conquistarem novos públicos. A paranóia de José Saraiva de criar um jornal que mais mulheres comprassem, parece ter chegado à cabeça do director do Público. Pois, aí tem: uma revista como as outras e a perda de públicos fieis. Já o DN tinha perdido na sua aposta de fidelização de leitores de economia.
Por outro lado, o Expresso, e a sua cenourinha de DVDs, parece estar a conseguir interessar mais público entre os 25-45 anos. É positivo.
Mais do que ir à procura do que não se sabe. A imprensa diária tem de saber manter quem tem o prazer e gosta de ler, e quem e de comprar "papel com letrinhas". Hoje em dia as notícias de última hora estão no nosso monitor... para quê comprar o jornal no dia a seguir?
Diz Vicente Jorge Silva que os jornais que sobreviverão no futuro, não terão mais de 20 mil exemplares de tiragem. Concordo plenamente, a imprensa escrita será feita para nichos. Este 2007 será um ano de mais descidas na imprensa diária.
quinta-feira, março 15, 2007
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