A frase da publicidade da mediamarkt deu azo a dois cartazes produzidos, a nosso pedido, por um amigo do mar cáustico. É vil, é cretina, mas é um pensamento natural do português: eu sou
chico-esperto. O jogo político da campanha quis, como qualquer marketing, atingir o típico português. Pretendeu atingir o
chico-esperto que há em nós.
O método do PSD assim pareceu. Reconquistar o lugar que Durão Barroso abandonou é agora quase que impossível. Primeiro porque Santana mostrou não ter coerência para estar num cargo como o de Primeiro-Ministro, segundo porque a sua campanha foi a mais “coitadinha” alguma vez vista. Pacóvia, pois tentou valorizar-se como um político de ideias e firmeza que era atacado pelos incompetentes da nossa praça. O problema é que os ataques vinham dos mais variados quadrantes, facto que deita por terra qualquer argumento de “menino indevidamente atacado pelos maus da fita”.
Se o seu governo é tido como o das trapalhadas, a sua campanha foi tida como irritante, incoerente, ingénua… in in in. Os debates que pediu e recusou, as “borlas” que tirou na campanha, o não mostrar de nomes para ministros que disse ter em carteira, o amor ao país… etc.
”Faz lembrar aquele ministro da Informação do Iraque que, quando os tanques já estavam em Bagdad, ele ainda achava que estava a ganhar a guerra”, afirmou Sócrates e com razão.
PS e o Sócrates vão ganhar sem pouco ou nada terem feito para tal. Sem ideias próprias, recuperam a empoeirada “tralha” idealista de Guterres. “Mais e melhor, não sabemos as medidas de cor”. Tristeza de país que cai nas mãos de pessoas sem eficácia e força. Mau é o político e o partido que precisa de maioria absoluta para fazer alguma coisa pela democracia e um país.
Os líderes PS e PSD mostraram quão atrazadinhos estão ao falarem na clonagem e fertilização invitro (Santana) e no choque tecnológico (Sócrates). Os “jotinhas” do PSD não souberam informar Santana Lopes que o que está na agora “berra” é as células estaminais e o seu poder de conseguir tratar várias doenças. Aliás, o seu governo defendia a recusa da investigação, a par dos EUA e da… Costa Rica. Espanha e outros países desenvolvidos já a aprovaram e fomentaram. Quanto a Sócrates, um choque tecnológico há 10 anos era o “in”, hoje em dia já “todos” temos computadorzinhos em rede… e a burocracia em Portugal já quase que não existe. Not!
A politica PS – PSD assemelha-se a dois grandes lobbies que não olham a meios para conseguir atingir a governação de um bolo: Portugal. Promete-se tudo a todos, não se têm ideologias de esquerda ou direita, reina-se ao sabor da maré. Quem espera desespera: os portugueses.
Sá Carneiro ainda é argumento para o PSD assim como os 30 anos pós-25 de Abril ainda o são para o atraso para o Portugal pós-Salazar. Continuaremos, daqui a 20 anos, a ver os nossos governantes defenderem-se com os mesmso argumentos? Recorda-me aqueles países africanos, muito ricos de matérias primas, mas que apontam sempre para o colonialismo ou para o adversário político para justificar a pobreza do país e a riqueza da classe política. Angola é um deles.
O reinado de Santana foi fértil. Os criadores do Gato Fedorento costumam dizer que têm como inspiração a primeira trupe do Big Brother. Para mim, os 7 meses do futuro-ex-PM serão sempre relembrados com risota. Se Durão Barroso era um “cherne”, cretina jogada de marketing político, Santanek será o peixe balão da nossa história. Do cherne ao caos.