sexta-feira, fevereiro 09, 2007

O Portugal de... uma vida de 10 semanas

Depois de entrevistados portugueses como Maria Filomena Mónica, Alberto Pimenta, Adriano Moreira, Miguel Esteves Cardoso, Vasco Pulido Valente, e outros, o programa da RTP vai à procura dos mais pequenitos.... que só têm 10 semanas. Pelo menos até 11 de Fevereiro têm paraíso assegurado nas barrigas de suas mães.

Tanto tratado de biologia na campanha ao referendo pela opção da IVG, até poderá levar-nos a entender que às 10 semanas temos já um cidadão capaz de fazer os seus malabarismos no Aqui Há Talento. Cantar, declamar, fazer um número arriscado de trapésio, etc.

Não. Na placenta, nem bolhinhas fará com a boca. Tem formas humanas, tem os orgãos definidos que só funcionam aos 5 meses, é um ser em formação... mas depende da mãe. Será vida? Sim. Mas já ouviram falar em partos permaturos às 10 semanas? Não, abortos espontâneos. Ora aí está o "portuguesinho" que os movimentos do "não" reclamam ter mais direitos que a mãe.

No próximo Domingo estará em causa a aprovação de uma lei que permita que a moral de alguns, e a opinião de outros coexista. Ao contrário dos movimentos do "não" que vêem nesta nova realidade um retrocesso e um atraso civilizacional, eu vejo o inverso. Nos últimos dois séculos da sociedade ocidental, a religião deixou de ser a voz de comando para poderem existir várias dimensões. Modernizar é respeitar diversas opiniões e é nesse sentido que a maioria dos países progride.


Vamos penalizar quem ganha dinheiro com IVGs clandestinas. Vamos ajudar quem decida o fazer antes das 10 semanas, não sem antes ser acompanhada psicologicamente. Pós-IVG há que seguir as mesmas pessoas. Evitar próximas situações identicas. Porque não basta dar a "pastilha" das aulas de educação sexual...

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