"O problema é que a 'direita' em política é uma invenção da esquerda. Antes da Revolução Francesa não existia essa divisão do espectro político entre esquerda e direita, que hoje achamos tão natural. Tem o significado que a esquerda desde o princípio lhe deu de um lado - à esquerda, claro - os amigos da Humanidade, do progresso e do futuro; do outro, os últimos redutos de um passado tremendo, os defensores dos privilégios de uns poucos contra os direitos e as legítimas aspirações dos muitos. (...)
200 anos de propaganda fizeram o resto: para a opinião que em geral se publica, nada do que acontece de politicamente mau deixa de ser imputado à 'direita', incluindo os desmandos de toda a espécie de socialismo, no presente e sobretudo no século passado, incluindo o nacional-socialismo, ou a defesa da ortodoxia comunista. (...)
A 'direita' foi e será sempre o que a esquerda quiser designar como tal. Só por desafio alguém se intitula "de direita". A "direita" não existe e nunca existiu como entidade filosófica ou política autónoma. O que existe é o Bem e o Mal, as verdades e as mentiras. O resto são arranjos partidários. Podem fazer muita falta. Mas são apenas arranjos partidários."
Miguel Freitas da Costa in DN de 15/03/2005
quinta-feira, março 24, 2005
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