segunda-feira, março 07, 2005

Para português, meia palavra basta

Tony Vitorino (imagem do contra informação) vai assumir o cargo de deputado. Rejeitou ser ministro e com razão, os (bons) ministros estão constantemente sob ataque da imprensa (partidária).

A Francisco Lopes (CDU), Francisco Negrão (PSD), Fernando Rosas e o próprio Tony Vitorino foi pedido, por um orgão de imprensa regional, que explanassem as suas ideias principais distrito pelo qual seriam eleitos: Setúbal. Entre outras frases, Tony debitou esta:

"A complexidade das sociedades contemporâneas e a multiplicidade dos desafios que se lhes colocam, obrigam-nos a aliar permanentemente direitos e deveres a exercer uma ética de serviço público. Elevar a qualidade da nossa democracia implica fazer dos sistemas de justiça e de segurança instrumentos ao serviço de uma plena cidadania, com o alargamento dos mecanismos de participação dos cidadãos."

in Noticias de Almada 18/02/2005

Dir-se-ia numa frase o que sugeriu em várias: "Melhorar o serviço público, justiça e segurança para fazer com que os individuos se envolvam novamente na sociedade pela cidadania".

O seu parágrafo de principios é cara chapada do PS-campanha: ideias vagas, eloquência, imagem quanto chegue para derrotar um governo PSD-CDS auto-descredibilizado em 6 meses.
Para Setúbal, Tony Vitorino apresenta o que poderia afirmar para o Castelo Branco ou para os Açores. Durante o texto, para não parecer mal, fez referências ao distrito que encabeçava. Falou nos estuários do Tejo e Sado. Poderão dizer: "Ah e tal, querias o quê? O xotôr Vitorino esteve a muito ocupado na UE a representar Portugal. Não pode estar a par de tudo!"

A realidade é que, neste momento, para português meia palavra basta. Para quê complicar? Para quê fazer o trabalho de casa? Para quê apresentar propostas contextualmente justificadas? A estratégia do "apresenta pouco - mas sorri muito" resulta sempre. Assim "habituados" estamos: exige pouco, sê porreirinho.

No mesmo artigo do jornal, Francisco Lopes e Fernando Rosas mostravam estar por dentro dos assuntos do território que iriam representar na assembleia. Fizeram o mínimo que devia ser feito. No final da história foi Tony Vitorino que levou grande parte dos deputados.

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