"«Porque não assumirmos então que somos humanistas e livrarmo-nos da ideia de religião?», pergunta Anton na sua Bíblia Satânica. A resposta é apontada logo a seguir: «O homem precisa de cerimónias e rituais, fantasia e encantamento». Ou seja, apesar de criticar os dogmas da maioria das religiões, LaVey também precisa deles para afirmar a sua teoria."
Notícias Magazine de 27/02/2005
Pela boca morre o peixe.
Anton laVey, e seus crentes, negam os valores e práticas da Igreja com que cresceram (a cristã) pois dizem que reprime a essência animalesca do Homem. No entanto, regem-se pela mesma bitola e não fazem o esforço, humano, de recusá-los.
É só mais um culto.
Um culto tipicamente americano, iniciado por um indivíduo carente de protagonismo e poder mas com sageza de retórica e carácter talhado para a conquista de alminhas. Há quem seja mesmo bom a vender o seu peixe, a sua "verdade".
Ideias de Nietzsche e Maquiavel e o anti cristianismo são as bases da sopa "satânica". Os associados da Church of Satan, afirmam utilizar a palavra Satã à luz do seu significado em hebraico: o adversário.
Dizem-se contra a crença e veneração de diabinhos e anjinhos, não acreditam em nenhum deles. A energia é o pão e o sangue da sua "congregação". Reikki? Wicca? Sim. Hoje em dia estão na berra, tal como estiveram no pós II Guerra Mundial.
Usam magia de contágio e acreditam que a linguagem Enochian, criada por dois "iluminados" escritores medievais, é a mesmo em que entidades celestiais se exprimem.
À compaixão do cristianismo contrapõem o "olho por olho, dente por dente". Muito macho e evil, mas pouco humanista. Registe-se que humanismo e individualismo são conceitos que fundam este culto. Que seria de um humano isolado? Sem se relacionar, quanto tempo fica vivo? Somos um animal social. A humanidade é um colectivo.
Individualismo como respeito? Respeita o próximo se queres que ele te respeite. Reagir, vingar não é sinal de sapiência, mas de primitividade que apenas leva ao conflito aberto. Ignora antes as pessoas e os factos que aches inúteis e sem valor.
O longo do processo de recusa e questionamento dos dogmas da igreja tem sido acompanhado por vagas de fascinados pelo chamado oculto. Na alvorada da cultura pop surgiu a Church of Satan de laVey. Seguiram-no, os indivíduos que, pelas décadas de 60 e 70, procuravam uma forma de ser que preenchesse a falta de crença e de pertença a algo que tinham. Sentiam-se atraídos pela emergente cultura do esotérico (livros) e do terror (filmes). Nas décadas seguintes passa a ser o panorama musical a fonte de "recrutamento" de jovens para este grupinho de gente que apenas quer ser diferente.
A Church of Satan é um culto recreativo, um autoritarismo como qualquer e com a sua ânsia de provocação consegue ter tanto ou mais de performance e contradições do que o próprio monoteísmo. Outros farão cultos em redor do “espectáculo” Cavaleiros dos Templários.
Enquanto o humano for um ser racional procurará amenizar os seus medos pela crendice, misticismo e ritual. Consciente ou inconscientemente. Se criticá-los é ser-se seduzido pelos seus instrumentos de evangelização, vou ali já venho.
sexta-feira, março 18, 2005
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5 comentários:
¿Ley de Talión?
ferraz666
¿vacuna grippe espanhola II?
injeçao alemá, soldado de nápoles, catarro chino
inyección alemana
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