Eu já li com interesse, em tempos idos, os textos do crítico de música do EXPRESSO, João Lisboa. Até posso dizer que algum do meu gosto pela música foi formado por dicas apanhadas nas críticas do dito autor. Mas tudo tem o seu tempo de validade, e de há anos a esta parte que se nota (e não sou só eu que noto) que Lisboa está absolutamente desactualizado: é um dinossauro irado, mas sem dentes nem vigor, os seus textos quase entrando numa lógica de "protestar contra estas coisas de que a juventude de hoje agora gosta.
Nuno Markl
Não dêem crédito a um crítico musical. É fugaz a sua sapiência e capacidade de acompanhar a realidade. Markl insurge-se contra João Lisboa (Expresso) e com razão.
Os sons e as performances mudam com as décadas, quem as revê muito raramente tem tacto para as acompanhar.
Faz parte da vida humana darmos valor às referências da nossa juventude. Daí que dos camaradas que agora entram pelos 60 anos a dentro apreciem Beatles, The Shadows e/ou os cantautores francófonos; os que cresceram nos anos 70, desde The Who, Led Zeppelin, Fleetwood Mac, Talking Heads, e por aí adiante.
Há pouco utilizei a palavra raramente porque conheço dois casos: John Peel, há pouco falecido, e António Sérgio.
Peel bem compreendia as bandas que lançava. Tanto dizia bem de Carcass como de Suede e era já um senhor dos seus 50 anos! António Sérgio, com idade para ter juízo, como se diz, passava do Heavy Metal ao Grind Core no programa da Comercial "Lança Chamas". Num programa de debate da SIC, quando questionado se Napalm Death era música, ele retorquiu que sim, e que quem não compreendia naturalmente que consideraria ser barulho.
Abundam os exemplos de críticos desajustados e orgulhosos. Um dos meus perdilectos é Nuno Galopim, um conhecedor do meio industrial. É capaz de chamar chatinhos aos Keane e de dizer a maior baboseira de um artista muito colorido. Também chamavam chatinhos pop aos Duran Duran, Cock Robin e Spandal Ballet, contudo, pessoas nascidas antes dos 90 reconhecem-lhes valor.
sexta-feira, junho 17, 2005
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1 comentário:
Olá! O comentário que vou deixar a seguir não tem nada que ver com o post, mas é só para dizer que estou à procura de uma solução que satisfaça vegetarianos e não-vegetarianos e que seja simultaneamente económica. Vai espreitando o meu blog que vou dando novidades por lá. Bjinhos***
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