Aí está, o primeiro confronto entre timorenses. Neste caso, a Igreja Católica local revolta-se contra o poder democráticamente estabelecido.
Está em causa, entre outras coisas, o findar da obrigatoriedade de aulas de "religião moral" nas escolas. Cada pai poderá , a partir de agora, escolher se o filho pode ou não ter essa instrução.
Num excelente artigo de meados do ano passado, o chileno Mario Vargas Llosa dá a sua opinião sobre o papel da religião num Estado democrático. Quando a religião faz equipe com o governo do seu país há só uma verdade: a sua. Não há liberdade de escolha religiosa nem progresso científico ou cultural.
Só posso concordar com o escritor sul americano. Satisfaz-me o facto de vários países europeus terem metido no lugar correcto as entidades religiosas de cada Estado: fora do poder.
O que Alkatiri e seus pares desejam para Timor é isso mesmo, dar ao cidadão a hipótese de decidir o que é melhor para si. A atitude da eclesia timorense revela atraso, pouco conhecimento do seu tempo e dor de cotovelo. É que Alkatiri, presidente eleito, é muçulmano. Afinal, o islamismo não será o único a ter ficado na idade média. Observem os países maioritáriamente católicos a nível de desenvolvimento económico e comparem com os que são dominados por cristianismo protestante. Podem começar pela América do Sul.
Num país tão novo e tão pobre só faltava um braço de ferro com a Igreja para destabilizar a pouca estabilidade que conservam.
terça-feira, abril 26, 2005
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